Uveíte: saiba o que é, quais os sintomas, como diagnosticar e tratar
A uveíte é uma inflamação que acomete a úvea, uma estrutura intraocular que recobre o olho por dentro. Ela é composta pela coroide (localizada entre a parte branca do olho e a retina), pela íris (a parte colorida do olho) e pelo corpo ciliar (localizado atrás da íris).
Ela também pode, em alguns casos, afetar outras estruturas, como a córnea, a esclera, a retina e o nervo óptico. Cerca de 60% a 80% dos pacientes que desenvolvem uveíte têm entre 35 e 45 anos de idade. A uveíte é uma doença classificada como a terceira causa de cegueira no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Quais são os tipos de uveíte?
Existem quatro tipos de uveíte:
- Uveíte anterior: é o tipo mais comum, que afeta a íris e o corpo ciliar;
- Uveíte intermediária: afeta o vítreo (fluido gelatinoso que ajuda a manter a forma do olho) e a parte periférica da retina;
- Uveíte posterior: corresponde à inflamação na parte posterior do olho – a coroide e a retina;
- Pan-uveíte: é um termo usado quando as três partes principais do olho são afetadas pela inflamação: câmara anterior, vítreo e coroide.
As uveítes também podem ser classificadas como crônicas, recorrentes ou agudas:
- Aguda: caracterizada por início súbito e duração limitada, de duas a seis semanas;
- Recorrente: episódios repetidos intercalados por períodos de inatividade, sem necessidade de tratamento por mais de três meses;
- Crônica: início mais lento, com duração acima de seis semanas, podendo evoluir por meses.
Principais sintomas da uveíte
Os principais sintomas da uveíte são:
- Olhos vermelhos;
- Sensibilidade à luz (fotofobia);
- Dor nos olhos e dor de cabeça;
- Visão turva, embaçada;
- Pequenos pontos escuros que se movimentam;
- Dificuldade para enxergar.
Quais as causas das uveítes?
A grande maioria das uveítes não tem causa definida, porém, podem estar relacionadas a algumas condições, como:
- Infecções causadas por vírus, fungos e bactérias;
- Doenças sistêmicas, como toxoplasmose, inclusive a toxoplasmose congênita, herpes simples, citomegalovírus, tuberculose, sífilis;
- Doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso e doença de Crohn;
- Corpos estranhos e traumas oculares;
- Leucemias e linfomas.
Como é feito o diagnóstico das uveítes?
O diagnóstico das uveítes é feito pela avaliação dos sintomas do paciente, sua história clínica, antecedentes pessoais de saúde e antecedentes oculares, além de exames oculares ou outros exames complementares, se forem necessários.
O médico pode solicitar ainda testes laboratoriais para elucidar o diagnóstico, como testes sanguíneos para dosagem de anticorpos contra agentes infecciosos e exames relacionados a respostas autoimunes do organismo.
A biologia molecular tem colaborado muito para o diagnóstico das uveítes. Essa técnica permite a detecção rápida e específica de ácidos nucleicos de patógenos em amostras oculares, proporcionando um diagnóstico mais preciso.
A maior precisão nos métodos diagnósticos pode evitar tratamentos desnecessários e direcionar terapias específicas, minimizando o risco de resistência terapêutica ao reduzir a exposição a tratamentos ineficazes.
Como tratar as uveítes
O tratamento da uveíte depende da localização da inflamação dentro do olho, da sua extensão e da causa base. Geralmente, o médico oftalmologista pode indicar o uso de antibióticos, antivirais ou antifúngicos associados ou não o uso de colírios.
Quando a doença tem relação com uma condição autoimune, o médico que acompanha o paciente pode prescrever medicamentos imunossupressores.
A recuperação depende, em parte, do tipo de uveíte e da gravidade dos sintomas. A uveíte não infecciosa pode ocorrer como um episódio isolado, ou com mais frequência, como doença crônica ou recorrente. Ao seguir o tratamento de maneira adequada, conforme orientação médica, é possível evitar as complicações da doença, como catarata, glaucoma e perda da visão.
As uveítes podem ser prevenidas?
Não há como prevenir nenhum dos tipos de uveíte. Mas é possível adotar algumas medidas que ajudam a reduzir o risco de ter condições ou eventos que podem levar a ela.
As principais são:
- Consultar-se regularmente com um oftalmologista e realizar os exames solicitados para que problemas oculares sejam detectados precocemente;
- Proteger os olhos de lesões ou traumas;
- Tratar as infecções para que elas não se agravem ou se espalhem.
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Fontes
Sociedade Brasileira de Uveítes
Mayo Clinic
Cleveland Clinic